Dieta popular promete emagrecimento rápido, mas especialistas alertam para os perigos de seguir a moda sem orientação médica
O jejum intermitente se tornou uma das dietas mais procuradas por quem deseja emagrecer de forma rápida e natural. A prática consiste em alternar períodos de alimentação com longas horas de abstinência calórica, o que, segundo defensores, ativa processos de queima de gordura e melhora a saúde metabólica. Contudo, médicos e nutricionistas pedem cautela, pois nem sempre o método é seguro para todas as pessoas.
Os protocolos mais comuns são o 16/8, em que a pessoa permanece 16 horas em jejum e se alimenta nas 8 horas restantes do dia, e o 5:2, onde a restrição calórica é severa em dois dias da semana. Pesquisas apontam que, em algumas situações, o jejum pode ajudar a reduzir a resistência à insulina e controlar o apetite.
Benefícios do jejum intermitente existem, mas não são garantidos para todos
Apesar das promessas, especialistas afirmam que os efeitos do jejum intermitente variam conforme o perfil de cada indivíduo. Para algumas pessoas, o método pode ser eficaz na perda de peso e no controle de colesterol e triglicerídeos. No entanto, indivíduos com histórico de distúrbios alimentares, gestantes, diabéticos e pessoas com problemas hormonais devem evitar a prática sem supervisão.
Outro ponto importante é o risco de deficiências nutricionais. A adoção de jejum sem planejamento pode causar fraqueza, tontura, irritabilidade e até piora da saúde intestinal. Profissionais da saúde reforçam que não existe “milagre” quando o assunto é alimentação. O ideal é associar a prática a uma dieta balanceada e personalizada.
O que a ciência revela sobre os riscos e os limites do jejum intermitente
Estudos recentes sugerem que o jejum intermitente pode trazer benefícios além da estética. Pesquisas da Harvard Medical School e da Universidade de São Paulo (USP) indicam melhora na saúde cardiovascular e diminuição de processos inflamatórios em alguns casos. Porém, ainda não há consenso sobre os efeitos a longo prazo.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia alerta que, embora os estudos sejam promissores, mais evidências científicas são necessárias para recomendar o jejum como estratégia segura de emagrecimento para a população em geral. Até lá, a recomendação é que cada caso seja analisado individualmente por profissionais de saúde.
Fontes consultadas:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Harvard Medical School, Revista Science Translational Medicine.